segunda-feira, 18 de junho de 2012

O BAR DA NAZARÉ


Texto: Rafael Duarte
Fotos: João Maria Alves e Magnus Nascimento



 
A família Melo é grande. A freguesia que adotou o bar como a segunda casa é de perder de vista. Com pulso firme e diplomática, Nazaré se divide em várias tanto atrás do balcão como na cozinha e até atendendo a assistência. Ao lado, o fiel escudeiro Paulo Eduardo. E lá se vão 17 anos só no ponto já tradicional da rua Coronel Cascudo, adjacência do Beco da Lama, no Centro Histórico (ao lado do supermercado São Cristóvão, por trás da Assembleia Legislativa). 

A relação com o bar é difícil, mas a dupla tira de letra. Segundo Paulinho, que também atua em todas as posições do botequim, ambos já se habituaram. “Na realidade a gente já ficou habituado. Minha mãe já tem mais de 20 anos nesse ramo. Como o empreendimento é pequeno e não dá muito dinheiro não podemos pagar muitos funcionários. E a gente acaba passando o dia no bar, o que é bom também porque o cliente te vê e você pode arrumar alguma coisa que não está legal”, disse o herdeiro de Nazaré, conhecido pela língua afiada e os coices em parte da clientela já se habituou com o estilo.




Cansativo e prazeroso: uma mistura que dá liga e samba em todo botequim de verdade. No fim das contas, mesmo quando o caixa aperta, o sentimento de dever cumprido é o que vale. “É cansativo, não é ruim não. Mas é aquele negócio: é no bar que você come, faz tudo e leva até documentos que se fosse deixar em casa para resolver alguma coisa seria uma contramão danada. Então, virou hábito”, conta.

Aberto das 8h30 às 22h (com exceção das terças-feiras, que fecha às 19h, por conta das reuniões da maçonaria, no primeiro andar do boteco), o bar de Nazaré se especializou em pratos como a carne de sol, o guizado, o carneiro, a fava servida no sábado e a feijoada que fazem a alegria dos clientes na sexta-feira. O caldo de cação e de camarão (quando vem camarão) são meus favoritos.

Outro dia um cliente sentiu falta do crustáceo no caldo e foi reclamar ao Paulinho. Se o conhecesse saberia que melhor mesmo é ficar calado. "Você não pediu caldo? Se quisesse camarão era só dizer que eu fazia uma porção e cobrava mais caro", atacou com aquele humor já conhecido.

Serviço:
Bar da Nazaré
rua Coronel Cascudo, Centro Histórico
(por trás da Assembleia Legislativa)
Horário: 8h30 às 22h, de segunda à sábado
O que o botequim oferece: cerveja gelada,
amendoin, carne de sol, fava, guizado, carneiro
feijoada e caldos.


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